:: txt :: Paulo Wainberg ::
Conta a lenda que numa pequena cidade, no interior de um grande país, a
população masculina se divida entre fodedores e não fodedores.
Os fodedores fodiam todas e todos e os não fodedores não fodiam ninguém e por ninguém eram fodidos.
A rivalidade entre os dois grupos crescia a olhos vistos até que um dia,
depois de uma bebedeira no cabaré dos não fodedores, armou-se a maior
briga jamais vista na região.
O caso foi parar na câmara de vereadores onde a oposição era da ala dos
fodedores e a situação da ala dos não fodedores que constituíam a base
aliada do prefeito, um não fodedor nato e, no entanto, pai de cinco
filhos que teriam sido produzidos por cinco fodedores da oposição.
Sim, porque a lado não fodedor da cidade era formado por cornos de
nascença que, em razão de suas convicções políticas, não atendiam aos
anseios de suas esposas, elas todas fodedoras, a única unanimidade da
cidade.
Os debates foram acirrados, questões de ordem foram propostas, a honra
do legislativo posta à prova e defendida com unhas e dentes pelos não
fodedores, verdadeiros pilares da sustentabilidade da ignorância alheia
que lhes permitia acumular as principais riquezas municipais.
Os fodedores queriam porque queriam apropriar-se daquelas riquezas,
alegando que o povo soberano merecia compartilhar das benesses da
fodeção geral e que as elites não fodedoras ocultavam-se sob o manto de
falsos moralismos, cinismo e hipocrisia.
Encerradas as discussões o tema foi para votação que resultou num
empate, cabendo ao presidente da câmara, um não fodedor, o voto de
minerva.
Para surpresa geral, ele votou com os fodedores e justificou seu voto
dizendo que ser ou não ser um fodedor não passava de uma circunstância e
que as circunstâncias são feitas para serem aproveitadas e que se fosse
para o bem coletivo, para servir à comunidade e aos interesses da
maioria, a partir daquele momento ele se transformava de não fodedor em
fodedor e aí de quem surgisse na frente dele, iria direto para o sarrafo
e o primeiro seria o filho da puta fodedor que tinha comido a mulher
dele.
A partir daquele dia a confusão foi geral, ninguém era de ninguém e
todos eram de todos, até que o dono do puteiro, um fodedor de estirpe e
da elite, proclamou em alto e bom tom para toda cidade ouvir:
- Vamos organizar!
A mensagem foi rapidamente compreendida, comissões se organizaram e, em
menos de uma semana, duas classes sociais se estabeleceram na cidade,
ambas felizes e satisfeitas com a nova situação: Fodedores e Fodidos.
E viveram felizes para sempre.
http://odiluvio.blogspot.com.br/
http://odiluvio.blogspot.com.br/2013/05/nem-te-conto-lenda-urbana-pornofalica.html?spref=fb
Nenhum comentário:
Postar um comentário